domingo, 18 de setembro de 2011

FolhaLeaks e o anonimato

A Folha de São Paulo, na onda wikileaks (http://wikileaks.org/) toma a iniciativa pioneira de oferecer uma página na internet (http://folhaleaks.folha.com.br/) para que qualquer cidadão, no anonimato, envie informações e documentos com denúncias que "possam merecer uma investigação jornalística", segundo o texto publicado na edição de hoje, domingo, 18/09.
O projeto da Folha pode contribuir para ampliar a colaboração do público na elaboração de pautas jornalísticas.
A iniciativa ocorre no mesmo momento em que o Senado discute o projeto de lei que acaba com o sigilo das informações governamentais. Apesar da resistência dos senadores Fernando Collor e José Sarney, que são contra a democratização das informações produzidas pelo governo federal, a presidente Dilma Rousseff tem conseguido manobrar para que o projeto seja aprovado sem alterações.
O projeto da Folha merece cuidadosa atenção. Isso porque, a tradição das denúncias anônimas nos levam aos regimes autoritários, ditatoriais e totalitários. A história revela que eram inúmeras as denúncias sem procedência, cujos responsáveis eram protegidos pelos órgãos policiais e de repressão, feitas apenas para prejudicar pessoas por razões menores, medíocres e levianas.
Se a iniciativa pode ampliar o grau de colaboração no jornalismo, a responsabilidade da Folha aumenta proporcionalmente, pois a averiguação das informações recebidas precisa ser bastante rigorosa, sob pena de estimular o denuncismo.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Cenário do Palácio

O noticiário tem sido complacente com as primeiras ações do governo do prefeito Demétrio Vilagra. Nos últimos dias, as pautas dos jornais e emissoras de rádio e tv em Campinas têm se destinado a relatar iniciativas e até projetos do governo petista. O Correião tempera os afagos com o noticiário sobre os interesses imobiliários e o repetitivo projeto de reforma e ampliação de Viracopos. Sobre a Câmara, pouco se fala. Parece que os vereadores, boa parte deles sob suspeição do MP, preferem o que sabem fazer bem: tentar negociar nos bastidores. À medida que vai passando o tempo e a crise Hélio e Rosely fica para trás, sobra um bocado de oxigênio para o 4º andar respirar sem a ajuda de um pulmão artificial, pelo menos para pôr a casa em ordem. Por enquanto, a estratégia parece demonstrar a intenção de conhecer a administração e os grupos de interesse que pressionam a Prefeitura. Mesmo porque, o ex-prefeito deixou inúmeras portas abertas para as demandas anti-republicanas contaminarem quase toda a administração. E as investigações em curso devem revelar muito mais detalhes que ajudarão a compreender os mecanismos sorrateiros instalados nos últimos anos no Palácio dos Jequitibás.