domingo, 29 de abril de 2012

Reprodução assistida

Leituras do Correio Popular:

A edição de hj, domingo, 29/04, ajuda a revelar o o cenário político da administração municipal em Campinas. Na página 06, num bom trabalho de reportagem, da Luciana Félix, baseada em dados comparados, os exageros e os abusos do orçamento e das despesas do Poder Legislativo, cuja gestão de compras tem sido denunciada como um descalabro pelo jornal e confrades, semanas atrás. Campinas é o município que mais gasta com o Legislativo em proporção ao número de habitantes. Para 33 vereadores, neste ano, a previsão é de R$ 93 milhões. A gestão orçamentária da Câmara de Campinas sempre foi marcada por atos obscuros, contratação de fantasmas, divisão de salários entre vereador e assessor, pagamento de notas sem contrapartida, excesso de gastos com serviços diversos etc. Nos últimos sete anos, a maioria dos vereadores apoiou cegamente o governo Hélio e pouco ou nada viu daquilo que foi "gerenciado" pelo presidente Aurélio Cláudio, o hábil rapaz que revela, por telefone, como se compra voto na Câmara. 

É exercício descomunal de intelecto contábil tentar entender o valor de R$ 90 milhões para o orçamento de uma Câmara de questionável produtividade política e legislativa. 
E vale lembrar que a eleição do vereador Pedro Serafim Jr. mereceu contundentes críticas da bancada do PSDB, inclusive dos vereadores Valdir Terrazan e Biléo Soares, preterido na vice-presidência pelo acordo entre Hélio, Serafim e maioria parlamentar que servia de apoio ao governo. 

A coluna Xeque-Mate, p. 08, destaca a participação desses mesmos vereadores no governo Pedro Serafim Jr. Frase do contrito Jorge Schneider: "Serafim é um só. Agora, com os vereadores ajudando, são 34 pessoas pensando a administração."


No abre da coluna, Ricardo Alécio conjectura: "Pedro Serafim (PDT) está cumprindo a promessa de fazer uma 'gestão compartilhada' com a Câmara Municipal, a despeito das críticas e inconsistências legais para tanto. Alguns vereadores com maior trânsito no gabinete do chefe do Executivo estão participando efetivamente do governo – e não só com indicações de afilhados para cargos na Prefeitura. Dão sugestões, ideias de ações e projetos de governo e até colaboram com determinações administrativas do prefeito."

É, parece a confirmação do velho ditado: "deixa a raposa cuidar do galinheiro."