Em 14 de novembro de 1889, Nellie iniciou a viagem que seria a grande pauta transformada em uma série de reportagens e num livro que se encontra entre as obras mais destacadas do jornalismo no final do século XIX: Volta ao mundo em 72 dias. Júlio Verne havia publicado pela primeira vez a obra de título quase homônimo em 1873, 16 anos antes. O escritor francês, quando soube do plano de Nellie, em correr o mundo como jornalista apostou que ela não conseguiria.
Elizabeth Jane Crochane Seaman adotou o pseudônimo de Nellie Bly, sugerido pelo editor do Pittsburgh Dispatch, inspirado numa canção popular composta por um dos conhecidos à época, Stephen Foster, criador de um dos clássicos norte-americano, Oh! Susanna.
Depois de iniciar a carreira como jornalista no periódico de Pittsburgh, Nellie foi contratada pelo inovador The New York World, do incansável Joseph Pulitzer. Foi então que ela encontrou o ambiente adequado para construir uma carreira centrada no jornalismo investigativo. E foi a primeira mulher a atuar como repórter em pautas até então impensáveis ou cumpridas somente por homens.
No World, de Pulitzer, Nellie produziu a primeira grande reportagem investigativa, cujo método de trabalho era simples: viver a experiência como interna num sanatório para mulheres, no East River, New York. A reportagem assinalava a técnica e as estratégias de Nellie, que se disfarçava e imergia em mundos pouco conhecidos pelos leitores novaiorquinos. E assim denunciava o subterrâneo da sociedade.
Nellie Bly (1890) |
A coragem de Nellie a fez modelo para o jornalismo predominantemente machista, patriarcal. Ela investiu em pautas políticas, dominada pelos homens, como quando viajou para o México, adotou os costumes locais e se fez mexicana para produzir as reportagens. A repercussão das publicações assustou o governo mexicano, que a expulsou do país.
Nellie chegou a falsear um roubo para ser presa e, então, denunciar as condições das prisões. Foi batizada pelos colegas como a "mãe dos jornalistas". Morreu aos 57 anos de idade, de pneumonia.
Para conhecer sobre a obra dessa repórter, acesse:
http://www.nellieblyonline.com/